Janeiro foi o mês dedicado à conscientização e orientação sobre uma doença milenar que até hoje gera desconfiança e medo por parte da população: a hanseníase antigamente denominada de lepra. Em Frutal, por meio da campanha ‘Janeiro Roxo’, durante os dias 29 e 30, agentes comunitários e enfermeiros que atuam nas Unidades Básicas de Saúde do município participaram de capacitações realizadas no espaço Uaitec, pelos médicos Henrique Ferreira da Silva, da Unidade de Saúde de Aparecida de Minas e Luiza Tonelli Faleiro, da UBS “Sagrado Coração de Jesus”, na Vila Esperança.
Segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Ana Catarina Silva Oliveira Clemente, a ação em Frutal teve como objetivo chamar a atenção para a doença, esclarecer a população e capacitar a equipe de saúde do município. No treinamento, os médicos falaram sobre os principais sintomas da hanseníase, formas de prevenção, tratamento e diagnóstico precoce para se evitar as incapacidades físicas causadas pela doença que atinge pele e os nervos periféricos. “Os agentes e enfermeiros identificando os sintomas encaminham os casos para avaliação clínica”, ressalta.
Ana Catarina relata que a hanseníase é uma doença crônica, de notificação e de investigação obrigatórias. A transmissão pode ser por meio de tosse, fala e espirro, ou seja, das vias áreas através do contato prolongado com doente e frequentemente com a pessoa que esteja infectada. “Além disso, por ser uma doença infectocontagiosa que atinge qualquer faixa etária, é transmitida por bactéria, principalmente em regiões frias do corpo como nariz, orelha, mãos e pés. Se manifesta em forma de manchas esbranquiçadas, amarronzadas ou avermelhadas, caroços e endurecimento dos nervos, há perda da sensibilidade ao calor e diminuição do pelo, do suor e da lágrima. O médico faz o diagnóstico clínico no local, e se necessário, solicita os exames que vão confirmar ou não a existência da doença”, informa.
De acordo com Ana Catarina, em 2019, foram registrados no município, 11 casos de hanseníase. Porém, a equipe de saúde faz sempre a busca ativa à procura de novos registros para que o paciente seja tratado em tempo e não perca suas incapacidades físicas. A medicação é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento ininterrupto da doença com duração de seis meses a um ano. “Se o paciente utilizar os remédios de forma adequada terá 100% de chances de cura”, destaca a enfermeira.